Democratização (Yona Friedman): mudanças entre as edições

De Indisciplinar
Ir para navegação Ir para pesquisar
Indisciplinado (discussão | contribs)
Sem resumo de edição
Indisciplinado (discussão | contribs)
Sem resumo de edição
 
(2 revisões intermediárias pelo mesmo usuário não estão sendo mostradas)
Linha 1: Linha 1:
= Democratização =  
= Democratização =  
[[Arquivo:Democratização_01.png|500px|thumb|rigth|Figura 01: O processo básico inclui somente o usuário e o produto.]]
Democratization. É assim intitulado o primeiro capítulo do livro Towards a Scientific Architecture. O objeto do livro é a proposição de um novo processo na atuação dos arquitetos e planejadores. <ref>FRIEDMAN, Yona. ''Toward a scientific architecture''. MIT Press, Cambridge, USA. 1975.</ref>
=== Problematização ===
Tem-se na Figura 2 que a figura do arquiteto como a de um agente tradutor das necessidades do usuário em linguagem construtiva. O papel do arquiteto como mediador do processo seria o ideal numa situação em que o profissional tivesse tempo hábil para coletar as informações do interesses do seu cliente; o que é humanamente impossível em função do número exacerbado de clientes. Neste caso, são apontadas duas alternativas:
1. O fornecimento de um número suficientemente grande de arquitetos (ou planejadores), de modo que cada um deles pode dedicar-se a muito poucos clientes.
[[Arquivo:Democratização_02.png|500px|thumb|rigth|Figura 02: A figura do tradutor entra no processo.]]
2. Reduzir o período gasto na coleta de informações (entre a visita do cliente e a construção do objeto)


É assim intitulado o capítulo 1 do livro Towards a Scientific Architecture, do arquiteto Yona Friedman.
Em função da inaplicabilidade da primeira opção, os profissionais da concepção construtiva optaram por uma espécie de variação piorada da segunda opção: imaginando a impossibilidade em se identificar as necessidades específicas de cada usuário, os arquitetos e urbanistas optaram por descobrir as necessidades médias do futuro usuário. O resultado obtido foi o descontentamento de todos os usuários, afinal de contas, não se está satisfazendo plenamente as necessidades de qualquer um dos usuários reais.


[[Arquivo:Democratização_01.png|500px|thumb|rigth|Figura 01: O processo básico inclui somente o usuário e o produto.]]
== Circuito de informações entre usuário e planejador ==


Primeiro tem-se que a figura do arquiteto é posta como a de agente tradutor das necessidades do usuário em linguagem construtiva.


[[Arquivo:Democratização_02.png|500px|thumb|rigth|Figura 02: A figura do tradutor entra no processo.]]
[[Arquivo:Democratização_03.png|500px|thumb|rigth|Figura 03: Circuito congestionado]]
[[Arquivo:Democratização_03.png|500px|thumb|rigth|Figura 03: Circuito congestionado]]
[[Arquivo:Democratização_04.png|500px|thumb|rigth|Figura 04: Circuito quebrado]]
[[Arquivo:Democratização_04.png|500px|thumb|rigth|Figura 04: Circuito quebrado]]
== Solução: Feedback direto do usuário ==
Nas figuras 5 e 6, em vez de encontrar um arquiteto, o cliente encontra um repertório de todos os arranjos possíveis que seu modo de vida poderia exigir. O repertório deverá ser elaborado numa linguagem acessível ao futuro usuário. Além disso, para cada item do repertório haverá alerta para vantagens e desvantagens daquela escolha. Naturalmente poderá acontecer de um mesmo item ser vantagem para um usuário e inconveniente para outro.
[[Arquivo:Democratização_05.png|500px|thumb|rigth|Figura 05: Feedback]]
[[Arquivo:Democratização_05.png|500px|thumb|rigth|Figura 05: Feedback]]
[[Arquivo:Democratização_06.png|500px|thumb|rigth|Figura 06: Sistema de Feedback - o usuário é a única pessoa no circuito]]
[[Arquivo:Democratização_06.png|500px|thumb|rigth|Figura 06: Sistema de Feedback - o usuário é a única pessoa no circuito]]
[[Arquivo:Democratização_07.png|500px|thumb|rigth|Figura 07: Sistema de Feedback - os dois eixos das competências]]
[[Arquivo:Democratização_07.png|500px|thumb|rigth|Figura 07: Sistema de Feedback - os dois eixos das competências]]
[[Arquivo:Democratização_08.png|500px|thumb|rigth|Figura 08: Uma disciplina de aprendizado tem regras rígidas. Qualquer professor pode transmitir o conhecimento. Exemplo: aritmética]]
 
[[Arquivo:Democratização_09.png|500px|thumb|rigth|Figura 09: Uma disciplina específica pode ser transmitida somente por imitação.]]
== Arquitetura: Ciência ensinável ==
[[Arquivo:Democratização_08.png|300px|thumb|right|Figura 08: Uma disciplina de aprendizado tem regras rígidas. Qualquer professor pode transmitir o conhecimento. Exemplo: aritmética]]
[[Arquivo:Democratização_09.png|300px|thumb|rigth|Figura 09: Uma disciplina específica pode ser transmitida somente por imitação.]]
 
[[Category:Democratização]]
 
=Notas e Referências=
<references />

Edição atual tal como às 09h37min de 19 de dezembro de 2014

Democratização

Figura 01: O processo básico inclui somente o usuário e o produto.

Democratization. É assim intitulado o primeiro capítulo do livro Towards a Scientific Architecture. O objeto do livro é a proposição de um novo processo na atuação dos arquitetos e planejadores. [1]

Problematização

Tem-se na Figura 2 que a figura do arquiteto como a de um agente tradutor das necessidades do usuário em linguagem construtiva. O papel do arquiteto como mediador do processo seria o ideal numa situação em que o profissional tivesse tempo hábil para coletar as informações do interesses do seu cliente; o que é humanamente impossível em função do número exacerbado de clientes. Neste caso, são apontadas duas alternativas: 1. O fornecimento de um número suficientemente grande de arquitetos (ou planejadores), de modo que cada um deles pode dedicar-se a muito poucos clientes.

Figura 02: A figura do tradutor entra no processo.

2. Reduzir o período gasto na coleta de informações (entre a visita do cliente e a construção do objeto)

Em função da inaplicabilidade da primeira opção, os profissionais da concepção construtiva optaram por uma espécie de variação piorada da segunda opção: imaginando a impossibilidade em se identificar as necessidades específicas de cada usuário, os arquitetos e urbanistas optaram por descobrir as necessidades médias do futuro usuário. O resultado obtido foi o descontentamento de todos os usuários, afinal de contas, não se está satisfazendo plenamente as necessidades de qualquer um dos usuários reais.

Circuito de informações entre usuário e planejador

Figura 03: Circuito congestionado
Figura 04: Circuito quebrado

Solução: Feedback direto do usuário

Nas figuras 5 e 6, em vez de encontrar um arquiteto, o cliente encontra um repertório de todos os arranjos possíveis que seu modo de vida poderia exigir. O repertório deverá ser elaborado numa linguagem acessível ao futuro usuário. Além disso, para cada item do repertório haverá alerta para vantagens e desvantagens daquela escolha. Naturalmente poderá acontecer de um mesmo item ser vantagem para um usuário e inconveniente para outro.

Figura 05: Feedback
Figura 06: Sistema de Feedback - o usuário é a única pessoa no circuito
Figura 07: Sistema de Feedback - os dois eixos das competências

Arquitetura: Ciência ensinável

Figura 08: Uma disciplina de aprendizado tem regras rígidas. Qualquer professor pode transmitir o conhecimento. Exemplo: aritmética
Figura 09: Uma disciplina específica pode ser transmitida somente por imitação.


Notas e Referências

  1. FRIEDMAN, Yona. Toward a scientific architecture. MIT Press, Cambridge, USA. 1975.